“Para as pessoas sem deficiência, a
tecnologia torna as coisas mais fáceis.
Para as pessoas com deficiência, a
tecnologia torna as coisas possíveis”
(RADABAUGH,
1993)
A
tecnologia faz parte da vida do homem desde sempre. A criação de instrumentos
de caça, pesca, proteção, nas sociedades
primitivas envolvia técnicas cada vez mais elaboradas pelo homem a fim de
utilizar os recursos naturais, de garantir a sobrevivência ou mesmo de
aprimorar as suas ações no dia a dia. Exemplos claros desse processo vão desde
a arte rupestre, moldagem das pedras, e as ferramentas
mais antigas, resultados da pedra lascada e a invenção da roda, são exemplos
claros da transformação de materiais brutos e "crus" em produtos
úteis.
Um dos grandes feitos da época que impulsionou o desenvolvimento
de técnicas mais aprimoradas e abriu caminho para um grande crescimento social
e econômico foi a descoberta e o uso do fogo. Tal descoberta possibilitou desde
um melhor aproveitamento de alimentos até a modificação de recursos naturais
como os metais, a madeira, a transformação da lenha e do carvão em combustível
e a criação de uma infinidade de produtos a partir da fundição de rochas e metais.
Pensando em todas estas questões e no esforço humano para desenvolver e
aprimorar técnicas ao longo dos tempos fica claro que a tecnologia (utilizada nessas
e em todas as invenções) é uma atividade que forma e modifica a vida e a
cultura em geral.
Os
recursos de tecnologia assistiva estão muito próximos do nosso dia-a-dia. Ora
eles nos causam impacto devido à tecnologia que apresentam, ora passam quase
despercebidos. Para exemplificar, podemos chamar de tecnologia assistiva uma
bengala, utilizada por nossos avós para proporcionar conforto e segurança no
momento de caminhar, bem como um aparelho de amplificação utilizado por uma pessoa
com surdez moderada ou mesmo veículo adaptado para uma pessoa com deficiência.
(MANZINI, 2005, p. 82)
A
relação entre as tecnologias assistivas (TA) e a educação ainda é bem
incipiente. Além das carências estruturais (falta de recursos, de produtos
adaptados, de espaços físicos, de adequação desses espaços,...), falta
investimento em formação e preparo dos atores que lidarão diretamente com os
portadores de necessidades especiais que farão uso das TA. As políticas
públicas de inclusão são meramente ditadoras, impositivas (embora não haja
fiscalização ou acompanhamento da implementação dessas políticas), sem apontar
os meios de incluir tanto os educadores quanto os portadores de necessidades
especiais.
Referências:
BERSCH, R. Tecnologia assistiva e educação
inclusiva. In: Ensaios Pedagógicos, Brasília: SEESP/MEC, p. 89-94, 2006.
MANZINI, E. J. Tecnologia assistiva para
educação: recursos pedagógicos adaptados. In: Ensaios pedagógicos: construindo
escolas inclusivas. Brasília: SEESP/MEC, p. 82-86, 2005.
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